Mesmo sabendo das consequências do álcool, muitos brasileiros ainda mantém um consumo elevado de bebidas alcoólicas.
O consumo de álcool no Brasil está acima da média mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Estima-se que o consumo de álcool puro pelos homens no Brasil é de 13,7 litros no ano, e para as mulheres é de 4,2 litros no ano.
Quando considerados apenas as pessoas consumidoras de álcool este valor aumenta para 19,6 litros de álcool puro para os homens, e 8,9 litros para as mulheres no período de um ano.
Você sabia que existe um limite para o consumo de álcool?
Nesse post iremos te dizer qual é esse limite e as consequências para a saúde do consumo excessivo do álcool.
Índice
Consequências do álcool
Álcool e o fígado
Álcool e produção hormonal
Álcool e cérebro
Álcool e peso corporal
O consumo controlado de álcool faz bem a saúde?
Qual o limite para consumo de álcool?
Consequências do álcool
As bebidas alcoólicas são compostas principalmente de etanol, uma substância solúvel em água.
Por isso, é facilmente distribuído no nosso corpo para a maioria dos órgãos, já que alcança rapidamente a corrente sanguínea.
Nosso organismo é capaz de metabolizar apenas uma pequena quantidade de álcool por hora. Além disso, essa metabolização libera toxinas para o organismo.
Com isso, as consequências do álcool em excesso para a saúde são diversas. O uso abusivo de bebidas alcoólicas é um dos fatores de risco com grande impacto para a mortalidade.
O consumo de álcool em excesso supera o tabagismo na mortalidade.
Algumas doenças são consequências do álcool, como câncer de esôfago, câncer de laringe, pancreatite, cirrose hepática, desnutrição, hipertensão arterial, infarto, doenças gástricas e neurológicas.
O abuso de bebidas alcoólicas em uma única ocasião também pode ser prejudicial. Quando consumido ao menos uma vez em um único mês, associa-se a problemas agudos como acidentes e violências.
Álcool e o fígado
O órgão mais afetado é o fígado, já que ele é o órgão responsável por filtrar e metabolizar todas as substâncias que ingerimos, inclusive o álcool.
Assim, o consumo excessivo de álcool leva a uma doença chamada esteatose hepática, também conhecida como fígado gorduroso.
Essa doença prejudica o funcionamento do seu fígado, afetando o metabolismo de todos os outros nutrientes.
Álcool e produção hormonal
O consumo de álcool também interfere na produção de diversos hormônios, como: testosterona, estrogênio, GH (hormônio do crescimento), cortisol, entre outros.
Todos os hormônios possuem importantes funções no nosso organismo, e quando possuem sua produção aumentada ou diminuída podem nos prejudicar. As principais consequências disso são alterações no sono e acúmulo de gordura.
Leia mais: Álcool Atrapalha a Hipertrofia?
Álcool e o cérebro
O consumo excessivo de álcool também pode ter inúmeros efeitos adversos para o cérebro.
O etanol reduz a comunicação entre as células do cérebro, o que causa a maioria dos sintomas de estar bêbado.
Beber muito em uma noite por exemplo, pode te levar a falta de memória do que aconteceu.
Porém, isso é um efeito temporário. Mas o uso crônico e abusivo do álcool pode causar alterações permanentes no cérebro como aumentar o risco de demência, principalmente em pessoas idosas.
Álcool e peso corporal
A obesidade é um dos principais problemas de saúde atualmente.
As bebidas alcoólicas podem ser consideradas como “alimentos” de calorias vazias. Isso porque contém 7kcal/g e não apresenta nenhuma nutriente.
Para você ter uma ideia, uma cerveja contém aproximadamente a mesma quantidade de calorias que um refrigerante e o vinho tinto contém quase o dobro.
Além disso, alguns estudos sugerem que o álcool pode desencadear sinais de fome no cérebro, aumentando a sua vontade de comer.
Leia mais: 8 erros alimentares cometidos por quem quer emagrecer
O consumo controlado de álcool faz bem à saúde?
As consequências do álcool em excesso são bem conhecidos. Por outro lado, pesquisas recentes estão investigando os efeitos do consumo controlado de álcool na prevenção de morte por doenças do coração.
Algumas destas pesquisas mostraram efeito positivo do consumo controlado de álcool, principalmente do vinho tinto, na prevenção de doenças cardiovasculares.
Um estudo realizado em Harvard mostrou que existia um risco cardiovascular imediato após beber. Mas os pesquisadores observaram que o consumo moderado pode não ter um risco a longo prazo.
Entre alguns benefícios encontrados em estudos laboratoriais temos: aumento do HDL (colesterol “bom”), diminuição do LDL (colesterol “ruim”), da pressão sanguínea, da inflamação e da aterosclerose (acúmulo de gordura nas artérias).
Esses benefícios são atribuídos ao vinho devido sua composição nutricional. As uvas são ricas em antioxidantes, principalmente o resveratrol e as proantocianidinas.
Porém, como tudo na área da saúde, os riscos e benefícios do álcool vão depender muito de cada indivíduo. Portanto, é difícil para os especialistas fazer uma recomendação ampla.
Dessa forma, se você não está acostumado a ingerir bebidas alcoólicas, não recomendo que as introduza na sua alimentação.
Porém, caso você esteja habituado com isso tente consumir o menos possível e nas quantidades recomendadas e consideradas seguras.
Qual o limite para o consumo de álcool?
A definição de consumo moderado segundo a OMS é diferente entre homens e mulheres.
Para as mulheres o consumo não deve ultrapassar 1 lata de cerveja, 1 taça de vinho (100ml) ou 1 dose de vodka ou whisky (30ml). Já para os homens o limite é o dobro dessa quantidade.
Portanto, deixe o consumo de bebidas alcoólicas para ocasiões especiais e não deixe isso fazer parte da rua rotina.
Concluindo
- As consequências do álcool está relacionado com seu consumo excessivo.
- O excesso de bebidas alcoólicas está associado a inúmeras consequências para saúde e até mesmo sociais.
- O consumo controlado de álcool não é ruim. Estudos recentes vêm mostrando que pode ser benéfico, quando consumido com moderação.
Letícia Campanharo – Estagiária de nutrição
Tainá Carvalho – Nutricionista
NOTA SOBRE O AUTOR:
A Nutricionista Tainá Carvalho CRN 34.980 é Nutricionista Esportiva com formação pela USP – Universidade de São Paulo, possui especialização em Nutrição Aplicada ao Exercício Físico pela EEFE-USP, Possui Especialização em Fitoterapia, especialização em Transtornos Alimentares pelo AMBULIM – IPq/HCFMUSP foi Nutricionista da Equipe de Vôlei Feminino do SESI-SP.