Atualmente a corrida de rua está difundida entre todas as classes sociais. Por ser de fácil acesso, inúmeras pessoas praticam sem nenhum tipo de prescrição apropriada. Um dos inconvenientes da sua prática mau periodizada é o surgimento de lesões. A Síndrome da Dor Tibial Medial, também conhecida por periostite ou popularmente por canelite é uma das doenças que mais atingem o corredor.

Como ocorre a canelite

Geralmente a canelite é decorrente de treinamento excessivo. É caracterizada por queimação e/ou dor na parte anterior da canela. Trata-se de uma inflamação no(s) músculo(s) e tendão(ões) da tibia (o maior osso da perna) e até mesmo na membrana que recobre esse osso.
Os principais fatores de risco da canelite são:
  • má periodização do treinamento
  • pisada irregular
  • diferença estrutural entre membros inferiores
  • flexibilidade reduzida
  • calçado inadequado
  • solo irregular
Obviamente, o excesso do uso, em movimentos cíclicos e repetitivos, como acontece nas corridas, pode levar à essa doença. É normal o corpo ficar dolorido após muitos quilômetros de corrida.  Mas se caso a dor na região anterior da canela persistir por mais de três dias em repouso, é necessário buscar ajuda de um médico ortopedista.

Diagnóstico, tratamento e prevenção da canelite

Depois de diagnosticada a doença, o tratamento em grande parte dos casos é o conservador: uso de anti-inflamatório e analgésicos, repouso, gelo e também, nem sempre necessária, a fisioterapia. Quanto antes tratada, menor são as chances de a doença progredir e acarretar em uma fratura por estresse no osso, por exemplo. E, lógico, mais rápido poder voltar à correr!
Uma das melhores maneiras de prevenir a canelite é fazer com que a musculatura que será sobrecarregada na corrida esteja preparada para exercer tal esforço, para sofrer aquele estresse. Isso é possível fazendo exercícios específicos para a região anterior da perna. Claro que a musculatura de todo o corpo precisa ser fortalecida, mas existem exercícios específicos que necessitam ser realizados. O alongamento desses músculos também é imprescindível! Quanto mais preparado o corpo estiver, menor a chance da recidiva! E o retorno às corridas precisa ser gradual e progressivo.
Não adianta querer voltar ao ritmo que estava ao desenvolver a síndrome, até porque a lesão mostra que a intensidade e volume de treinamento não estavam apropriados. É necessário conscientizar que a manutenção de um corpo fortalecido e flexível, junto de uma evolução de treinamento gradativo são fundamentais. Portanto, muito bom senso ao retomar os treinos e procure sempre instruções de um fisioterapeuta e educador físico!