A zona de queima de gordura, também conhecida por Fatmax é a intensidade do exercício aeróbio no qual ocorre maior oxidação de gorduras.

Ou seja, maior uso da gordura para produzir a energia que está sendo necessária para a realização daquele exercício, durante a sua execução.

Com a popularização dos smartwatches, muitos procuram manter os treinos na zona de queima de gordura, acreditando ser melhor para emagrecer. Mas será mesmo?

Veja nesse post se realmente é melhor treinar na zona de queima de gordura para emagrecer.


Índice

Treinar na zona de queima de gordura

O que é zona de queima de gordura

Como saber se estou treinando na Fatmax?

Se quero perder gordura, por que não é boa estratégia treinar, exatamente, na zona de queima de gordura?

O que é mais eficaz para perder gordura?

Concluindo


Treinar na zona de queima de gordura

O que é zona de queima de gordura

A chamada zona lipolítica ou zona de FatMax trata-se de uma intensidade de exercício aeróbio (correr, pedalar, nadar) que favorece a utilização da gordura para produção de energia para o exercício.

Ela é conhecida mais popularmente como zona de queima de gordura.

Veja bem, há uma predominância do uso da gordura corporal, pois nunca há apenas um único substrato energético sendo utilizado para gerar energia para todas as funções do nosso corpo.

Isso significa que, quando treinamos dentro dessa determinada intensidade, nosso corpo gasta mais gordura do que glicose ou proteína para gerar a energia que permite a continuidade do exercício.

Como saber se estou treinando na Fatmax?

Essa intensidade está em torno de 50% do consumo máximo de oxigênio (que é a máxima potência que nosso organismo consegue atingir).

Para saber esse valor com melhor precisão, é necessário fazer um teste ergoespirométrico.

No entanto, também é possível utilizar alguns testes ou fórmulas que predizem esse dado. Esta intensidade de exercício é considerada baixa.

Se quero perder gordura, por que não é boa estratégia treinar, exatamente, na zona de queima de gordura?

Há dois bons motivos pelo qual treinar nessa intensidade não é uma boa estratégia.

1. Essa intensidade de treinamento é leve/moderada

Isso significa que o gasto calórico dessa sessão de treino será muito mais baixa do que se a intensidade fosse mais vigorosa, mesmo considerando que a duração desse treino de menor intensidade seja um pouco mais longo!

2. Não é a utilização da gordura durante o treino que impacta no emagrecimento

É verdade que, em intensidades maiores de exercício, existe a predominância do uso do carboidrato (a glicose estocada no músculo e no sangue).

Porém, para produzir energia para o exercício, não é a utilização da gordura durante o treino que impacta no emagrecimento.

O que realmente ajudará a emagrecer serão as alterações metabólicas que ocorrerão durante um treino mais intenso, que irão gerar adaptações fisiológicas que serão relevantes para o uso da gordura no período no qual a pessoa não está se exercitando.

Afinal, uma sessão de treinamento normalmente não dura mais de 60-90 minutos. Portanto, como o seu organismo funciona quando você não está se exercitando, é o que realmente será significativo para auxiliar no processo de perda de gordura

Por que treinos mais intensos são mais eficazes para emagrecimento

Treinos acima de 80-85% do consumo máximo de oxigênio, são os que promovem maiores estímulos para que seu organismo consuma mais gordura quando você está em repouso.

A sessão de treino mais intensa também faz com que seu organismo demore mais tempo para voltar à homeostase (estado de equilíbrio das funções fisiológicas, sem o exercício) e, isso também demanda mais energia.

Essa energia será proveniente, predominantemente, da gordura. Consequentemente, determinar a intensidade do treinamento pensando apenas no que ocorre no corpo durante o exercício, não é a melhor opção!

Concluindo

O que realmente importa, não é estar utilizando mais gordura ou a glicose para a produção de energia para o exercício, mas sim o quanto de calorias será gasta durante e também depois do final da sessão de treinamento.

Resumidamente, funciona da seguinte maneira: essa glicose utilizada no exercício precisará ser reposta e, adivinha só de onde virá a energia para fazer essa reposição?

Sim, da sua gordura corporal!

Então, para emagrecer, preocupe-se menos com o que acontece no seu corpo durante o exercício. É importante “ensinar” seu corpo a trabalhar de maneira mais inteligente!

Leia também o post Aeróbio e musculação no mesmo treino: um interfere no outro?


Por Personal Trainer Jennifer Áquila

NOTA SOBRE O AUTOR:
A personal trainer Jennifer Aquila, CREF 062048-G/SP, é bacharel em Educação Física pela UNESP – Rio Claro. Especializada em Fisiologia do Exercício pelo CEFE – UNIFESP e, em Biomecânica do Exercício pelo CEFIT.